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Palavra da Inspetora

em 12/05/2019 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Inspetoria Nossa Senhora da Penha  -  Circular 05/2019

“Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor” (Pr 31,10).

Queridas Irmãs, 

O Papa Francisco destaca, em um dos seus escritos, que Maria ao dirigir-se apressadamente para visitar Isabel, revela-se uma mulher corajosa. Levanta-se e vai porque sabe que o ‘fruto que carrega no seu ventre de mulher’ é o Filho amado de Deus.

As mulheres corajosas que existem na Igreja são como Maria. Mulheres que levam avante a família, a educação dos filhos, que enfrentam tantas adversidades, tanta dor, que curam os doentes, que se doam sem reservas, que lutam pelos direitos dos menos favorecidos e injustiçados da humanidade, que lutam pela verdade, pela educação e são sinais de um mundo melhor.

Diríamos que a mulher não pode perder sua identidade feminina. Hoje há uma crise de identidade na família. E a mulher precisa, como Maria, ter na família a primazia da ternura, da palavra sábia e silenciosa. Maria guardava tudo no seu coração de Mãe.

Na “Carta às Mulheres”, João Paulo II diz que a contribuição da mulher é indispensável para “a elaboração de uma cultura capaz de conciliar razão e sentimento”, bem como para “a edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas em humanidade”. Também nós, como mulheres educadoras, devemos cuidar do feminino que há em nós e ajudar as jovens de modo especial a dar valor ao seu ser feminino, a imagem e semelhança mais sensível de Deus! 

A principal missão de toda mulher é ser mãe. Nada é tão digno e tão importante do que gerar e educar um ser humano, cuidar e despertar sua dignidade - imagem e semelhança de Deus. “São Paulo diz que a mulher se salva pela maternidade” (1 Tm 2,15). Ou seja, a maior dignidade da mulher e sua principal missão é ser mãe: gerar a vida, defender a vida, educar a vida e para a vida. Isto a enobrece e a santifica.

Em Maria, nos é dado compreender o verdadeiro significado da maternidade que, no âmago do desígnio divino de salvação, atinge a sua dimensão mais elevada e mais sublime. Para ela o ser Mãe não só dá à personalidade feminina, fundamentalmente orientada para o dom da vida, o seu pleno desenvolvimento, mas constitui, além disso, uma resposta de fé à vocação própria da mulher, que assume o seu valor mais verdadeiro à luz da aliança com Deus (cf. Mulieris dignitatem, 19).

No episódio das Bodas de Caná, ao contrário dos outros interlocutores, Maria rapidamente salta para o nível mais elevado da fé, sem discutir com Jesus, entende o que Ele quer. Compreende que não se trata somente de resolver um problema de falta de vinho, de atender a uma necessidade concreta. Mas, como mãe conhecedora do Filho, sabe que este fato vai ajudar as pessoas a conhecerem melhor quem é Jesus. Com esta atitude ensina a obediência que na fé se deixa envolver pela vontade amorosa de mãe que se entregou totalmente à vontade de Deus. 

Maria se volta para os serventes: “Façam tudo o que Ele lhes disser” (Jo 2,5). Essas palavras têm uma grande força simbólica. Remete-nos à anunciação, em Lucas: “Eis aqui a servidora do Senhor. Eu desejo que se faça em mim conforme sua palavra” (Lc 1,36). Segundo João, Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a fazerem o que Deus lhes pede. Há um deslocamento do foco e uma ampliação de sentido. Da perfeita discípula e seguidora de Jesus em Lucas, para a pedagoga e orientadora dos cristãos, em João.

Como mãe, Maria intervém e provoca em Jesus a manifestação do seu poder como enviado do Pai.  Depois que Jesus realiza a transformação da água em vinho, os discípulos creem nele e numa atitude de saída, se colocam juntos com “sua mãe e seus irmãos”. O sinal de Caná une o grupo dos seguidores de Jesus em torno a ele. A partir do gesto de Caná começa a se formar o gérmen da comunidade cristã, com os discípulos, os familiares e a mãe de Jesus.

A presença de Maria, portanto, fortalece cada mulher nos gestos de misericórdia e de solidariedade e desperta a vontade de como missionárias, ir ao encontro para aliviar as dores daqueles que sofrem: os pobres, os doentes e quantos têm necessidade de socorro. Maria a mãe que no decorrer da história representou muitas vezes a proximidade de Deus às expectativas de tantas mães, é hoje a figura da bondade e da ternura para toda a humanidade ferida. É, portanto, a obra mais perfeita que Deus criou.  

Maria foi a inspiradora do nosso Instituto e continua sendo nossa Mestra e Mãe.

Um fervoroso e rico mês de maio, mês das Mães e Mês da Mãe Maria.

Meu abraço, Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação