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Maria é Modelo de Animação Vocacional

em 30/04/2015 | 00h00min

Maria é Modelo de Animação Vocacional

Com Maria aprendemos a realizar um serviço em prol das vocações e ministérios na escuta da Palavra e abertos à ação do Espírito Santo. Sua gestação não se reduz a dimensão física, mas é uma gravidez espiritual que assinala os novos filhos que geramos no seio da comunidade eclesial quando promovemos as vocações e ministérios suscitadas pelo Espírito.

A animação vocacional tem uma forte dimensão mariana que não se resume em apresentar a jovem Virgem de Nazaré como modelo de vocação, mas sobretudo porque ela nos inspira na realização desta missão. Maria é o melhor referencial para o serviço vocacional que desenvolvemos nas comunidades.

O serviço de animação vocacional é uma extensão da maternidade espiritual da Igreja. Quando atraímos, acolhemos, despertamos e acompanhamos os vocacionados, reafirmamos, que o batismo é fonte das vocações e enriquecemos a comunidade eclesial.

A jovem vocacionada de Nazaré é símbolo da humanidade chamada à comunhão com Deus, mediante a abertura ao Espírito que produz vida e ilumina o caminho dos vocacionados. Maria é imagem do serviço de animação vocacional que nos convoca a busca da santidade a qual se concretiza na plena adesão a proposta de Jesus Cristo. Ela nos precede na confiança ao Senhor e na entrega total da vida. Recordamos que a primeira missão da animação vocacional não é a promoção das vocações específicas, mas dar testemunho de santidade a qual todos somos chamados. A animação vocacional ajuda os vocacionados e os animadores vocacionais a reconhecerem a ação silenciosa do Pai, que mediante o Espírito Santo nos chama a uma vida de comunhão com Ele.

A figura de Maria, e também de José seu esposo, são modelos para os vocacionados e animadores vocacionais. Eles experimentaram cada etapa do itinerário vocacional. Foram despertados pelo anjo, tiveram seu momento de discernimento, cultivo e acompanhamento. Viveram com intensidade, à luz do Espírito, cada fase do processo vocacional. Ambos se colocaram como instrumentos nas mãos de Deus e nos ensinaram que a vocação é serviço e missão. Podemos afirmar que nosso serviço de animação vocacional tem algo que recorda o jeito de Maria. Ele ajuda os vocacionados a escutar e a responder com a mesma generosidade o chamado de Deus, a assumir uma vocação específica, cientes que a meta última é cumprir a vontade do Pai e chegar à santidade.

O testemunho de Maria e José ilumina os vocacionados e aponta para uma animação vocacional servidora e missionária. Com eles aprendemos o valor do silêncio, o significado da humildade, a disponibilidade da resposta, a coragem do êxodo, a capacidade de meditar os desígnios de Deus e a ousadia da fé que nos sustenta de pé diante da cruz e das contradições. Também destacamos a presença de Maria na comunidade dos discípulos. Deste modo, assinalamos a importância de uma animação vocacional inserida e integrada na comunidade, unida na mesma fé, partilhando as mesmas esperanças e vivendo em comunhão que se manifesta na sintonia com os demais grupos eclesiais.

O anjo Gabriel, na sua função de animador vocacional, nos confirma a importância do diálogo vocacional. Ele apresentou a proposta de Deus a Maria e esclareceu as inquietudes de José. Percebemos que a vocação jamais aparece na forma de um imperativo. É sempre iniciativa divina apresentada de maneira dialogada. Não há espaço para imposições, pressões ou condicionamentos. A vocação é uma proposta aberta e respeitosa, que pode acontecer no templo, como foi o caso de Zacarias, ou no aconchego da humilde casa da vocacionada de Nazaré. Trata-se de um diálogo espontâneo, sincero e honesto entre vocacionados e animadores vocacionais, que se amplia na abertura do serviço vocacional a comunidade eclesial nas suas diversas expressões.

Com Maria, também aprendemos que o chamado vocacional implica uma missão. Ela, mesmo grávida, fez sua primeira viagem missionária levando o Cristo até a casa de Zacarias e Isabel e nos ensinou que vocação é serviço e missão solidária. Maria assinala para uma animação vocacional atenta as necessidades das pessoas, servidora e missionária. Um serviço evangelizador e vocacional aberto a outras realidades sem descuidar de promover todas as vocações e ministérios.

O perfil de vocacionada, que descobrimos nos evangelhos é de uma mulher socialmente pobre, que deu à luz a seu filho numa manjedoura. Esta é a mesma situação social de muitos vocacionados latino-americanos. Porém, percebemos que Maria era uma vocacionada com muita fé e sensibilidade social. No Magnifica, vemos aflorar sua consciência crítica. Ela não canta apenas as maravilhas do Senhor, mas a reviravolta que Deus fez na história de Israel. Neste sentido, Maria aponta para uma animação vocacional com acentuada sensibilidade social e comprometida com os empobrecidos. Um serviço vocacional crítico, atento as necessidades da comunidade e da Igreja. Com Maria aprendemos a cantar a fé, a reconhecer as reviravoltas da história e a vibrar com as maravilhas de Deus a favor de seu povo. Na prática, isso significa que os animadores vocacionais não são pessoas que se preocupam apenas com a promoção das vocações e ministérios. Somos chamados a denunciar as injustiças e a promover a vida que também é vocação.

Na primeira cena mariana do quarto evangelho, vemos a Mãe de Jesus participando da festa das bodas de Caná com o seu Filho e os discípulos. Esta passagem aponta para uma animação vocacional “festeira”, que participa da vida da comunidade onde está inserida e atenta as necessidades dos vocacionados. Um serviço vocacional de olhos abertos à realidade dos vocacionados que tem sede do vinho novo oferecido por Jesus. Este “vinho bom” simboliza a espiritualidade entusiasta e corajosa dos animadores vocacionais que atraem, com seu testemunho de vida evangélica, novos vocacionados para a festa da vida.

A reflexão dos textos marianos do Novo Testamento nos ajuda a compor o “retrato vocacional” de Maria com seu rosto de “mulher” que gerou o Filho de Deus. Esta “mulher” nos convida a realizar um serviço simples, profundo e eficaz na geração de novos vocacionados, discípulos e missionários do Senhor. Dela, recebemos Jesus que nos conduz ao Pai. Maria é Mãe do Senhor e nossa Mãe pela qual nos chega a graça da vocação e a obra misericordiosa da salvação. Ela é toda de Deus, mas é também de cada vocacionado. Maria trás Deus aos vocacionados e nos eleva até o autor da vocação.

Fonte: Redação

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