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CG - Experiência de Espírito Santo

em 20/09/2014 | 00h00min

CG - Experiência de Espírito SantoO dia de hoje, 20 de setembro, teve como finalidade refletir sobre o Capítulo geral como experiência de Espírito Santo. Para orientar a reflexão foi convidado P. José Cristo Rey García Paredes, claretiano, estudioso e especialista em vida religiosa.

«Como Instituto religioso - afirmou padre José – vocês são uma grande rede carismática que abraça todo o planeta terra. A paixão de vocês são os jovens, a educação, a nova evangelização e, portanto, é a inovação, a previsão de um futuro alternativo, os sonhos de um mundo novo».

A reflexão foi dividida em cinco núcleos: a prospectiva, o símbolo, o poder carismático, a tarefa, o método.

A prospectiva a ser considerada é aquela histórico-teológica: «Jesus nos recomendou de observar os sinais dos tempos para descobrir a vontade de Deus (Mt 16,1-3). Estes sinais se encontram na história e no espaço geográfico. A realidade na qual vivemos torna-se misteriosamente reveladora. Este tempo que estamos vivendo, uma verdadeira mudança epocal, continua a ser tempo de Aliança, é tempo de Redenção, é tempo redimido!».

Padre José continuou falando sobre o símbolo, afirmando que o Capítulo geral é, de modo especial, um evento simbólico. «Dizem – afirmou padre Paredes – que Jesus era o “Mestre dos Sinais”. Na sua vida tudo teve um caráter simbólico. Todo o Capítulo se torna um evento simbólico. O grupo simbólico de vocês lembra o grupo simbólico constituído por Jesus: o grupo dos doze. Sabemos muito bem o que Jesus queria dizer com este número: era símbolo do novo Israel! E assim também a comunidade-assembleia capitular se torna por eleição e delegação das irmãs o símbolo atual de “todo” o Instituto, do seu presente, da sua memória, dos seus sonhos. Em nenhum momento devemos esquecer isto, porque é nisto que consiste o Capítulo! Vocês não devem trair as irmãs que aqui representam! Devem ser sempre simbolicamente presentes!».

Continuando a reflexão sobre o símbolo, o assessor afirmou: «Existe algo indizível em um rosto de rostos, de raças, de diversas gerações e culturas, de sensibilidades contrapostas: talvez seja preciso um pouco de tempo para perceber o aroma coletivo que emana desta comunidade, qual seja a sua identidade histórica neste momento, que coisa Deus esteja pedindo-lhe».

Falando em seguida sobre o poder carismático que está nas mãos da assembleia capitular, Padre José destacou como «o evento, o acontecimento introduz um “novum” na história. Apesar disto, em um Capítulo podem acontecer coisas imprevisíveis, podem surgir acontecimentos que não dependem da nossa vontade, mas da vontade misteriosa e previdente de Deus. A convicção de que Deus age em um Capítulo geral é aquela que nos permite definir o Capítulo como um acontecimento. O nosso Deus pode presentear-nos, se quiser, o “novum”, a novidade surpreendente».

Como tarefa, o Capítulo deve preocupar-se não somente com os membros do Instituto, mas com todo o Instituto, com a herança carismática que deve transmitir de geração em geração. E isto através da regeneração da trama carismática do Instituto, em tempos de redução e de aumento, de globalização, em uma sociedade da informação.

Em relação ao método, Padre Paredes fez um questionamento: «Problemas para resolver ou milagres a serem abraçados?». E sugeriu passar do modelo do déficit, que parte dos problemas a serem resolvidos, ao modelo da valorização, que se refere àquilo que leva a olhar os «nossos sinais vitais, aqueles das comunidades, das organizações e do mundo ao qual somos enviados». Para o assessor, é importante mudar o modelo questionando aquilo que você considera como pressuposto adquirido, evocando o melhor do passado.

E por isto convidou a “abraçar o milagre”. Citando David Cooperrider disse: «O nosso mundo não é um problema a ser resolvido, mas um milagre a ser abraçado. Se cada dia tivéssemos consciência disto e nos déssemos conta do que dá vida aos sistemas humanos, contribuiríamos ao processo de construção de uma vida bem maior e melhor».

Para concluir, ofereceu alguns questionamentos: «Acreditamos que a graça mora em nós? Que onde é grande o pecado maior ainda é a graça? Acreditamos que Deus mantém a sua aliança e que o seu Espírito tudo reanima e a tudo dá futuro até que chegue à verdade plena? Tudo está interligado! Nada se resolve sem entrar em relação. Com a abertura à relação tudo renasce, tudo se torna poético. No Tudo se salva cada parte. A paixão pelo Tudo nos faz descobrir o Milagre».

As Capitulares, após um momento de reflexão pessoal, tiveram a possibilidade de compartilhar as próprias ressonâncias, em grupos linguísticos e na assembleia, dialogando com o assessor.

Fonte: Redação