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Palavra da Inspetora - Setembro

em 10/09/2020 | 00h00min

Palavra da Inspetora - Setembro

 Circular 09/2020

“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho!” (Salmo 119,105)

Queridas Irmãs,

O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais e nas casas religiosas.

Este ano, 2020, a Igreja nos convida, através da CNBB a aprofundar nossa reflexão fundamentada no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).

Nos diz Frei Aldo Colombo, professor da PUC-PR: “Nós lemos a Bíblia não apenas para compreendê-la, mas para colocá-la em prática. O livro do Deuteronômio levanta hoje muitos gritos, apelos e clamores. Muitas das realidades que estamos vivendo hoje se assemelham à realidade que o povo de Deus passou. Hoje temos uma massa de pessoas empobrecidas. O tema é muito mais que atual. A questão do acesso à terra também é um tema no livro. A terra que deve ser partilhada para o sustento dos irmãos. O tema da justiça também: as leis devem ser para que o povo possa viver. Os pobres, hoje, dificilmente têm acesso à justiça. Este é um tema que o livro nos convida a refletir e a colocar em prática também. No Deuteronômio estão os 10 mandamentos. Uma das questões que se pede é que não se use o nome de Deus em vão. Hoje estamos numa época que o uso indevido, a banalização do nome de Deus é muito comum”. Neste ano, segundo o professor, que foi um dos autores do subsídio de reflexão, o Mês da Bíblia quer recordar que aquele que quer agradar a Deus não basta se dirigir ao Senhor, mas que é necessário também abrir a sua mão para o irmão. Na terra prometida e da promessa, o povo de Deus é chamado a viver uma vida nova, onde a vida deve prevalecer, neste lugar não deve haver pobres. A terra que o povo está entrando é a terra do leite e do mel, portanto é a terra da fartura, que é dom de Deus, e nesse lugar não pode haver a opressão”.

O mesmo, Frei Aldo, apontou que no capítulo 30, um dos textos mais bonitos do livro, entre os versículos 15 ao 20, há toda uma proposta colocada diante do povo: escolher entre a vida ou a morte, entre a bênção ou a maldição. 

Os temas mais importantes que encontramos em toda a Bíblia também estão presentes no livro do Deuteronômio. O primeiro mandamento é que o povo de Israel, ao entrar na terra prometida, seja um povo que escute a Palavra do Senhor e a deixe cair em seu coração.

Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça (2Tm 3,16). A Bíblia foi escrita por pessoas chamadas e escolhidas por Deus e que foram inspiradas através do Espírito Santo. Ela revela o projeto de Deus para o mundo; serve para que todos possamos crescer na fé e levar uma vida de acordo com o projeto de Deus. Por isso, ela é a grande “Carta de Amor” de Deus à humanidade.  

Mais do que história, a Bíblia é portadora de uma mensagem. Ela denuncia as injustiças, os pecados, as situações desumanas, de pobreza, exploração e exclusão em que vivem tantos irmãos nossos. Mas a Bíblia é, sobretudo, um livro de anúncio. Ela proclama a boa notícia vinda de Deus: Ele nos ama e nos quer bem! Ele é o Deus que caminha conosco, que está ao nosso lado e nos dá força e coragem! Sim, ela ajuda a fortalecer a nossa fé, a nossa esperança, ela nos revela o rosto de Deus e seu mistério.

Maria, a Virgem que escutou a Palavra e a guardou no coração nos ensine e sermos “guardadoras” da Palavra para que esta mesma Palavra ilumine e guie os nossos passos, a fim de sermos também nós pequenas luzes no caminho daqueles/as que nos rodeiam.

Um abençoado mês e meu abraço fraterno, Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação