senha

North Horr: Um Sonho Que Se Tornou Realidade!

em 10/11/2014 | 00h00min

North Horr: Um Sonho Que Se Tornou Realidade!

Em 2011 um sonho se tornou realidade. Nasce uma nova presença no deserto de North Horr, no Kênia.  Entrevistamos a Inspetora, Ir. Ruzagiriza Chantal MUKASE da Inspetoria africana N. Sra. da Esperança (AFE), que compreende Kênia, Ruanda e Tanzânia.  Com ela – eleita recentemente Conselheira Geral Visitadora – quisemos conhecer a nova missão no deserto de North Horr.

“Uma nova periferia” em North Horr, no Kênia. Como começou esta experiência?  Que passos já foram feitos?

No fim da visita canônica de 2009, a Visitadora Ir. Marie Dominique Mwema lançou o desafio de sair de nossos lugares habituais de missão, para responder às outras pobrezas lá onde não existe uma presença religiosa. Assim acolhemos o pedido do Bispo da Diocese de Marsabit para iniciar uma missão evangelizadora no deserto de North Horr, no norte do Kênia.  North Horr é uma terra deserta, árida, seca, distante da cidade. No início não foi fácil, houve um pouco de resistência. Mas depois, animadas pela coragem e pelo olhar tenaz e clarividente da Inspetora, Ir. Teresa Fernandes, respondemos ao chamado.  Foi grande o entusiasmo das primeiras irmãs Ir.Patrícia, Ir. Anísia e Ir. Purity. Uma dedicação plena que continua, graças à presença das fma da comunidade atual: Ir. Patrícia, Ir. Anastácia, Ir. Gisele e Ir. Regina que, com coração apaixonado e alegre zelo apostólico, experimentam quanto bem se está fazendo e é grande a esperança de compartilhar sempre mais com o povo do deserto o anúncio evangélico.

A comunidade estabeleceu-se em uma casa pequena, próxima da Paróquia e há uma boa colaboração com o Sacerdote e toda a comunidade paroquial. Estão levando adiante o Projeto ‘Reach out’ (chegar a) que é uma missão de evangelização itinerante, passando através do deserto Chalbi chega-se às aldeias e grupos de nômades ‘Gabbra’. A fé do povo e a vida sacramental, graças a estes encontros, está crescendo e as irmãs procuram promover, também através da catequese nas escolas, uma formação cristã mais sólida e convicta. As fma coordenam também a atividade didática nas escolas maternas e a formação das professoras.  Além disso cuidam da animação da associação de mulheres católicas. Foram abertos centros oratorianos, cuida-se da formação dos animadores/animadoras dando vida aos vários grupos e movimentos para crianças e jovens, como a Infância Pontifícia Missionária.  Dá-se atenção à formação do pequeno clero. A Igreja local está muito contente com nossa presença e com o trabalho desenvolvido por nossas irmãs.

Como as fma foram envolvidas na organização e animação das diversas atividades da Paróquia?

As fma estão envolvidas em todas as atividades da Paróquia.  Houve logo grande acolhimento por parte dos Sacerdotes e do povo. A inserção, porém, foi gradual: depois da decisão da Madre e do seu Conselho, foi organizada uma pequena presença durante as férias de verão. Algumas fma, noviças, postulantes e voluntárias/os Vides Kênia e UK animaram os acampamentos de verão com diversas atividades educativas, recreativas e de expressões criativas. Houve muitos encontros com o Bispo e o pároco de North Horr. Procuramos em conjunto conhecer mais a realidade, as necessidades e as exigências do lugar, das pessoas, programar junto e estabelecer tarefas e papeis desde o início, depois tudo continuou bem , também com avaliações periódicas . A colaboração é muito positiva.

Quais são os principais desafios a enfrentar e quais as expectativas das pessoas?

A cultura dominante é a tradicional do lugar, portanto, não cristã. Isto torna difícil o caminho de evangelização. Há ritos e práticas concretas da tradição contrárias à vida segundo o Evangelho, mas esperamos que, através de um caminho gradual de educação e evangelização, com a confiança em Jesus e o nosso testemunho, se chegará a tocar os corações das pessoas.  A educação é caminho para o desenvolvimento, para que este povo possa melhorar a própria vida e sair das tantas pobrezas que os torna escravos. Eles acreditam que a educação das meninas as torna mais livres e capazes de se exprimir: por isso não são favoráveis à educação delas, para evitar o risco de que não sejam mais dóceis e submissas.  Há, portanto, muito a se trabalhar, mas o povo está muito contente conosco!

Fonte: Redação