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Palavra da Inspetora

em 21/11/2019 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Circular 11/2019                                                                                                      

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            Mesmo postas na moenda,

           esmagadas de todo,

           reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura”.

(D.Hélder Câmara).

Queridas Irmãs,

“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” 1 Pedro 1:15,16


Para nós, a santidade realiza-se na vida, no cotidiano e nas coisas simples que realizamos. Colocar amor naquilo que fazemos dá um sentido totalmente evangélico nos afazeres da vida. Por isso, podemos nos lançar sem medo de sermos santos, pois nada nos será tirado, nem as forças nem a alegria, porque, afinal de contas, foi Deus quem desejou isso para nós, e essa é a nossa vocação primeira, a santidade.

Tornar-se santa nada mais é do que fazer as coisas normais do nosso dia com amor. Eis o segredo! Um amor traduzido em atos com aqueles que estão mais próximos de nós. Comecemos por esses. Tomemos consciência de que, durante o dia, estamos rodeadas de pessoas que nos são caras ao coração, pessoas que amamos, e pessoas que, por vezes, temos dificuldade para amar. Eis que temos um campo repleto de pessoas para amar, e assim nos tornarmos testemunhas de uma santidade humana, do cotidiano, reconhecendo que a graça de Deus se torna visível através de nossas atitudes. E assim, a santidade assume também uma dimensão comunitária. Juntas somos santas!

Sejamos, portanto, cada vez mais humanizados e solícitos com aqueles que mais necessitam: só assim caminharemos na santidade! O Papa Francisco exorta: “Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro com a tua fragilidade e com a força da graça” (EG, n.34).

Mas afinal, o que significa ser santo?

A santidade é um dom, um mandamento e uma missão. É para todos, porque corresponde ao projeto fundamental de Deus sobre nós. Ser santo não é alienar-se de si mesmo ou afastar-se dos próprios irmãos, mas viver numa intensa experiência de comunhão.A santidade nada tem a ver com uma teoria de perfeição, mas sim com algumas características da vida de Jesus que são próximas, concretas, belas, apaixonantes.

Na exortação “GaudateetExsultate” do Papa Francisco está descrita uma santidade palpável e possível a todo cristão. Ser santo é ser testemunha simples do cotidiano. Ele mesmo é quem diz: “A santidade não é uma performance ou um campeonato pelo qual se espera ganhar um prêmio ou uma medalha, mas sim, a capacidade de humilde e fielmente fazer bem as pequenas coisas do cotidiano.”

Nos seus escritos Pe. Vanilson, CSsR, nos diz: “O homem santo é o homem virtuoso e não perfeito. Somos chamados a sermos virtuosos e não a sermos perfeitos. A perfeição virá como consequência da vida virtuosa.Então, quem é o santo? Santo é aquele que se humaniza e tem como finalidade de suas ações a humanização do outro. Parece estranho dizer que o ser humano precisa humanizar-se, mas é isso mesmo, o ser humano descaracterizou-se, perdeu a sensibilidade, embruteceu-se, perdendo o senso do bem e do mal. Santidade é pautar todas as ações nos princípios evangélicos. Princípios evangélicos são valores éticos e morais”. E sabemos queno mundo contemporâneo em que estamos inseridas é fácil a pessoa se desumanizar e perder o sentido da existência, porém muitas vezes, em vez disso, ela se eleva a uma santidade e alturas espantosas, exemplares, heroicas. Sim, nestes tempos de hoje tão desumanizador, cruel e violento a santidade está em ser sinal de uma vida sinalizada pela esperança, pela justiça, pela solidariedade e, sobretudo, pela capacidade de amar.

Olhando para os santos olhamos com mais clareza nossa mediocridade, nossos fechamentos em responder aos apelos de Deus, mas também olhamos com esperança ao perceber que são pessoas como nós, humanas, e que chegaram a esse grau de heroísmo, dignificando o ser humano como imagem de Deus.

A santidade é a busca e a experiência do Deus absoluto e infinito por parte da criatura mortal e finita, que tem como horizonte o próprio Jesus Cristo. Trata-se de um horizonte infinito ao qual,seres finitos como nós ousamos aspirar.

O mais importante para a santidade é o coração. Se seu coração não se inclinar para as coisas de Deus e você não estiver interessada em O amar e agradar, nada lhe poderá santificar. A atitude interior transforma as ações exteriores.

“[…]existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” (León Bloy)

 

Meu abraço fraterno,

Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação