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Palavra da Inspetora

em 09/11/2017 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Inspetoria Nossa Senhora da Penha  -  Circular 11/2017

 A santidade é construída de pequenos passos.

Cada passo rumo à santidade fará de nós pessoas melhores, 

livres do egoísmo e do fechamento em nós mesmas, 

abertas aos irmãos e às suas necessidades” (Papa Francisco)

Queridas Irmãs,

Neste mês de novembro convido-as a refletir a partir da santidade no cotidiano. A santidade é um dom, dom que nos dá o Senhor Jesus no batismo revestindo-nos com seu amor e tornando-nos irmãos/as em Cristo. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que “Cristo amou a Igreja e deu-se a si mesmo por ela, para torná-la santa”. 

Mas, o que é a santidade? Viver em plenitude a nossa vocação de filhas para a qual somos chamadas. Ser no dia a dia, expressão do amor que se encarna e se faz gesto concreto de amor. Vivendo com alegria a missão para a qual somos enviadas todos os dias, junto aos jovens, adolescentes e crianças. 

Viver a santidade é colocar colocando a serviço do Instituto a nossa vida, oferecendo com alegria nossas melhores energias a serviço da vida. E como educadoras sermos entre os jovens sinais luminosos que indicam o caminho para uma vida saudável, feliz e com a leveza de quem está a caminho em busca da realização plena. Sim, todos os dias somos chamadas à construção da comunidade que sonhamos e esta se faz passo a passo. Eu sou responsável pela caminhada de santidade na comunidade.

E estes “pequenos passos” nos tornarão pessoas melhores, felizes e livres do egoísmo e do fechamento em si mesmas, e abertas aos irmãos e às suas necessidades.

Nas nossas comunidades cada palavra e cada gesto deveriam expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para quem está mais próximo de nós. 

O amor, por sua natureza, é comunicação: leva-nos a abrir-nos e a buscar a relação com todos.  E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, seremos portadoras da força de Deus. Trata-se de acolher em nós mesmas, e, irradiar ao nosso redor o calor materno de quem se sabe amada por um Deus que nos escolhe, nos envia e nos faz sair, e como missionárias irradiar a boa notícia com alegria e esperança.

Todas nós certamente temos experiências de carregarmos feridas e ressentimentos que podem aprisionar-nos, impedindo-nos de viver mais levemente e livre de tantos pesos. A misericórdia é capaz de mudar nossas relações e criar novos espaços de dialogo, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (O mercador de Veneza, Acto IV, Cena I).

Olhando Madre Mazzarello vamos encontrar uma mulher que entendeu muito bem o que significa a santidade do cotidiano: “cada ponto um ato de amor a Deus”, “são horas de amar a Deus”;  “não fazer as pazes com os defeitos”, e assim podemos folhear suas cartas e nos espelharmos em suas palavras simples, mas, carregadas de tanta sabedoria, próprias de quem estava sempre mergulhada em Deus e irradiava a luz de uma relação filial, de alguém que bebe na fonte, nutre sua vida da verdadeira Palavra e a comunica de modo extraordinário.

É a comunicação que se dá como proximidade com Deus e com o outro e a torna fecunda capaz de gerar, cuidar, confortar e acompanhar. Gestos simples, mas, próprios de quem se deixa tocar pelas necessidades do outro e é capaz de sair de si e ver mais além, estar próximo.

Que as nossas comunidades sejam como ‘laboratórios’ de santidade na vida cotidiana. E que no dia a dia sintamos a alegria de estarmos construindo a ‘Casa do amor de Deus’ como em Mornese.

Grande abraço, Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação