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Testemunhas de Evangelização - XXIIICG

em 04/10/2014 | 00h00min

Testemunhas de Evangelização - XXIIICGDurante a manhã do dia 03 de outubro, as Capitulares tomaram parte a uma Mesa redonda com o tema da Evangelização para e com os jovens, em confronto com três Testemunhas: uma Filha de Maria Auxiliadora, um Salesiano e uma Leiga.
O encontro foi aberto pela Madre, Me. Yvonne Reungoat, que cumprimentou a assembleia e os convidados, agradecendo-lhes por terem aceitado compartilhar sua reflexão a partir da vida e do tema capitular “Ser com os jovens ‘casa’ que evangeliza”.
A mesa redonda foi moderada por Marco Pappalardo, leigo Salesiano Cooperador, que se introduziu assim: «Como os discípulos de Emaús no caminho se deixaram transformar pelo encontro com Jesus, também nós hoje faremos um encontro especial: Jesus se apresenta na narrativa de nossas Testemunhas e dos muitos rostos juvenis que eles encontraram, aos quais, como D. Bosco e Me. Mazzarello, eles deram uma ‘casa’».

Os testemunhos foram começados por Ir. Agata Song, FMA coreana, responsável pela casa “Nazaré” para meninas e jovens em dificuldades.  Lembrando as palavras do Papa Francisco, de uma Igreja “em saída”, e o “A você as confio” de Madre Mazzarello, compartilhou como as FMA na Coreia, através de diversas obras educativas, estão presentes nas periferias da existência humana, lá onde as jovens sofrem exploração e abusos: « Estamos ao lado delas para ajudá-las a recuperar a própria dignidade humana.  É uma missão que não levamos adiante sozinhas. Como D. Bosco, procuramos criar casas para estas jovens, ambientes nos quais elas possam respirar uma atmosfera de liberdade, onde possam se empenhar em uma relação de reciprocidade. Chamam-se “Casas de Nazaré”.  Envolvendo estas mesmas jovens, colocamo-nos em rede com outras instituições e com o Estado».

Em seguida falou Jean-Marie Petitclerc, SDB francês, responsável pela Associação ‘Valdocco’ comprometida com projetos em favor de meninos e jovens em dificuldade, das periferias parisienses, de Argenteuil e de Lyon.  Depois de apresentar as grandes mudanças que caracterizam a cultura dos jovens de hoje e que incidem sobre a educação à fé, demorou sobre expectativas dos jovens. Sobre sua sede de confiança: “Não se pode viver, em um modo ou em outro, sem confiar. É importante  que os jovens possam continuar a ouvir o grito de Jesus: ‘Não tenham medo!’. Sobre sua sede de encontro: “A internet permite a comunicação para além das fronteiras, mas ‘comunicação’ não é equivalente a ‘relação verdadeira’. O virtual não pode preencher a sede de verdadeiros encontros. Mesmo que não pareça ou não seja tão claro aos olhos de muitos, é preciso partir do fato de que, pela fé cristã, é importante, acima de tudo, privilegiar o amor pelos outros, no sentido de que cada pessoa é meu próximo e que o primeiro a sê-lo é sempre o mais pobre, seja qual for a sua pobreza”.  Por fim, sobre a sede de sentido: “Viver a vida dia a dia, garantir pequenos ‘sentidos’ facilmente acessíveis, não basta para nos dar a força de encontrar nossa estrada neste mundo frenético. Hoje todos os jovens estão em busca de sentido. Somente o amor pode dar sentido à vida e o amor está sempre em caminho”.  

Por fim a palavra foi passada para Chiara Amirante, fundadora da Associação “Novos Horizontes”, e Consultora para o Dicastério pro Migrantes e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.  O seu testemunho também prendeu a atenção da assembleia: «Comecei a ir à noite na Estação Termini em Roma, em 1991, levada por um simples desejo: compartilhar a alegria do encontro com Cristo Ressuscitado justamente com os irmãos mais desesperados. Eu não pensava que iria encontrar um povo tão numeroso de jovens sozinhos, marginalizados, desfigurados na profundidade do coração e da dignidade, vítimas dos terríveis tentáculos de polvos infernais e da mais infame escravidão.  Quantas jovens vendidas como escravas. Quantos jovens destruídos, prisioneiros da ilusão de um paraíso artificial que lhes matou a alma.  Quantos gritos silenciosos e lancinantes jamais ouvidos por alguém; quanto desespero, raiva, violência, desvios, criminalidade. Mas quanta inacreditável sede de Deus justamente lá, na profundidade das trevas dos ‘golpes do caminho’».

Seguiu-se o diálogo na Assembleia, que ofereceu possibilidade de aprofundar os aspectos sublinhados, suscitou mais interrogações e deixou perguntas abertas sobre as quais continuar a reflexão e o confronto.  À tarde as Capitulares continuaram, por grupos linguísticos, a reflexão e a partilha sobre o conteúdo da manhã.

Fonte: Redação