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VI Jornada da Luta Antimanicomial da Católica Salesiana

em 28/05/2020 | 00h00min

VI Jornada da Luta Antimanicomial da Católica Salesiana

Com uma participação massiva de alunos, ex-alunos e profissionais de Psicologia, a Faculdade Católica Salesiana realizou a VI Jornada da Luta Antimanicomial, com uma discussão promovida exclusivamente por "Lives" nesta terça-feira (19 de Maio), com o psicólogo e mestre em Saúde Pública Rodrigo Cunha Echebarrena (ENSP/Fiocruz) e o psicólogo e doutorando em Saúde Pública  João Vinícius dos Santos Dias (ENSP/Fiocruz).

Ambas as lives foram mediadas pelo professor doutor e coordenador do Curso de Psicologia Marcello Santos. Em um primeiro momento os convidados fizeram suas colocações e depois foi aberto espaço para perguntas e interação com o público.

Ao contextualizar a Luta Antimanicomial, o psicólogo Rodrigo Echebarrena explicou que a reforma psiquiátrica foi importante para dar força para a Luta, possibilitando pensar e estruturar a saúde mental com tratamentos que não fossem a internação definitiva. "Quando a pessoa se tornava paciente de saúde mental, a internação era a principal opção, porque havia uma indústria da loucura, o custo dos leitos era alto e isso mantinha o ciclo, o que era cruel. Após a reforma, criou-se uma rede de serviços, todos muito importantes, que juntos oferecem para o sujeito ganho de autonomia, um novo posicionamento dentro um cenário social e propõe inovações no tratamento. Assim, surgiram os centros de convivências, ambulatórios etc.", contextualizou.

Rodrigo ainda acrescentou que "a preocupação com a Pandemia é que, após isso tudo passar, haverá uma demanda para cuidar. Defendo que precisamos de toda a estrutura de leitos para tratar os doentes da Covid-19, mas a atenção básica deveria estar recebendo reforço, bem como os CAPS e toda a rede de saúde mental".

Ao articular a saúde mental à pandemia do Corona vírus," João Vinícius ressalta que a mesma não é democrática: "Quando a pandemia se instalou, falava-se muito que estava atingindo as pessoas que tinham condições financeiras de viajar, especialmente para fora do país. Porém, com o passar do tempo, o que podemos ver é que quem mais morre é a população mais pobre e que tem mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Qualquer ação a ser pensada deve levar em consideração essa desigualdade de classe e neste sentido entra o importante papel do Estado de garantir os direitos mínimos".

“Quero agradecer a presença de todos que assistiram as lives e, especialmente, agradeço aos nossos convidados", finalizou o coordenador de Psicologia da Católica Salesiana, Marcello Santos.


Fonte: Redação