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Nossa Senhora Aparecida: um Farol Luminoso

em 21/10/2017 | 00h00min

Nossa Senhora Aparecida: um Farol Luminoso

Nossa Senhora da Conceição Aparecida é um farol luminoso sobre a altíssima vocação do povo brasileiro: a vocação à santidade

No chamado prólogo do Evangelho de São João, o apóstolo amado faz a seguinte afirmação acerca dos seguidores de Cristo: “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (Jo 1, 12-13). Nestas palavras acertadas do evangelista, alguns teólogos viram, com razão, o fundamento para a fé na virgindade perpétua de Maria e na sua imaculada conceição. De fato, Jesus, o primogênito de Deus, não nasceu do sangue de Maria, nem da vontade de sua carne, mas sim de um desígnio todo espiritual da vontade salvífica de Deus.

A piedade popular, “verdadeira expressão da atividade missionária espontânea do povo de Deus”, soube acolher esses privilégios de Nossa Senhora, celebrando-os, ao longo da história da Igreja, de modos variados e singelos. No Brasil, isso se torna particularmente evidente no belíssimo testemunho dos romeiros de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, título concedido à pequena imagem milagrosa da Virgem Maria, cujo tricentenário de sua descoberta por três simples pescadores, em 1717, comemora-se neste ano. Com essa santa devoção, os brasileiros exprimem a sua total confiança na intercessão da Virgem Santíssima, de quem o povo desta terra é especial devedor.

A devoção à Mãe Aparecida é genuinamente popular. Ela não se origina em uma aparição mística de Maria, como em Lourdes ou em Fátima, mas do amor e da confiança filial de pobres devotos. Como expressou-se o papa São João Paulo II na sua primeira visita ao Brasil, “os templos materiais aqui erguidos são sempre obra e símbolo da fé do povo brasileiro e do seu amor para com a Santíssima Virgem”. Não se trata de uma demonstração ostentosa de poder; trata-se, antes, de uma resposta ao auxílio perpétuo da Virgem Maria a esta nação.

E é desse testemunho de fidelidade que se pode colher a mensagem de Nossa Senhora ao Brasil. Embora ela não tenha se manifestado por meio de uma visão mística, manifestou-se, porém, nos inúmeros favores que há 300 anos ela concede aos seus filhos brasileiros. Isso exige, por sua vez, uma atitude de conversão e de penitência, como nas outras devoções marianas. Em Fátima ou em Aparecida, o papel da Virgem Maria na Igreja sempre será o de cooperadora na salvação dos homens; ela “nos aponta as vias da Salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora”.

A Igreja sempre entendeu a piedade popular como “uma certa sede de Deus, que somente os pobres e os simples podem experimentar”. Aí está a razão de a Virgem Santíssima apresentar-se no Brasil por meio da imagem que hoje veneramos. Ela quis despertar no peito do próprio camponês essa sede mais intensa, essa consciência de que, sem a presença de Cristo em nossas vidas, nada podemos fazer, senão pecar e destruir. Nossa Senhora da Conceição Aparecida é um farol luminoso sobre a altíssima vocação do povo brasileiro: a vocação à santidade.

Com efeito, não podemos deixar de mencionar os inúmeros perigos que rondam a fé do povo brasileiro e põem em xeque essa sua vocação à santidade. De muitos modos, o inimigo de Jesus e de Maria procura falsear a genuína fé católica, promovendo sincretismos nocivos, que descaracterizam o verdadeiro culto mariano. São João Paulo II chamou a atenção dos bispos para protegerem a piedade popular dos brasileiro: “Estou certo de que os Pastores da Igreja saberão respeitar esse traço peculiar, cultivá-lo e ajudá-lo a encontrar a melhor expressão, a fim de realizar o lema: chegar ‘a Jesus por Maria'”.

Desde o início da devoção à Mãe Aparecida, o traço característico mais marcante dos romeiros era a recitação conjunta do rosário. Do mais simples ao mais nobre, todos se curvavam perante a imperatriz do Brasil para rezar piedosamente o Santo Terço. Nas aparições em Lourdes e em Fátima, por sua vez, é justamente a récita diária do Rosário a oração recomendada pela Virgem aos pequenos videntes. Percebe-se, portanto, o quão necessária é essa oração tradicional para a conversão das almas. Nossa Senhora não insistiria tanto neste ponto se não fosse algo de especial importância. Nesta ocasião dos 300 anos, temos de repetir a súplica do papa São João Paulo II: “Quem dera renascesse o belo costume – outrora tão difundido, hoje ainda presente em algumas famílias brasileiras – da reza do terço em família”.

Ninguém pode negar o estado de calamidade no qual se encontra o Brasil. É chegada a hora, destarte, de voltarmos nossos olhares para a Senhora Aparecida e suplicarmos a tão urgente conversão de nosso país. Ela também deseja que seu Coração Imaculado triunfe nestas terras de Santa Cruz!

Fonte: Redação

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