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XXIIICG - Casa Para Manifestar a Identidade Carismática e Missionária

em 20/10/2014 | 00h00min

XXIIICG - Casa Para Manifestar a Identidade Carismática e Missionária

A nossa é uma casa da memória, que tem profundas raízes bíblicas e carismáticas. Como Filhas de Maria Auxiliadora somos chamadas a manifestar, hoje, a nossa identidade carismática e missionária.
Entrevistamos Ir. Emília Musatti, Vice Geral, e Ir. Piera Cavaglià, Secretária Geral, para aprofundar alguns traços característicos do carisma do Instituto.

Ser Vice Geral significa ter um olhar amplo sobre o Instituto.  Como ajudar as Comunidades a crescer numa mentalidade que vá além dos próprios ‘confins’?

Ir. Emília Musatti:  De Mornese para o mundo. É o caminho realizado pelo Instituto nos 142 anos de sua história, chegando a horizontes geográficos e missionários impensáveis.  Fazer parte do Conselho Geral é respirar estas grandes dimensões, é levar gratidão no coração por tantas irmãs e leigos que nos vários contextos, com criatividade e coragem, procuram constantemente os caminhos para dar respostas carismáticas aos jovens e às jovens mais ameaçados na própria vida, no próprio futuro.
Aqui, no Capítulo, se respira ar de universalidade, “resplandece” a riqueza e a beleza da nossa vocação, interpelada hoje a viver processos de conversão, caminhos novos de solidariedade educativa com os jovens do mundo.  O carisma, verdadeiramente, está vivo, tem dimensões maiores do que a experiência pessoal.
Como ajudar as comunidades a viver esta experiência?  Creio que a primeira atenção seja aquela de alargar os interesses das pessoas e das comunidades para os desafios que atravessam hoje a vida do povo, dentro e fora de nossas comunidades educativas, presentes nas encruzilhadas do mundo, entre os povos e, particularmente, entre os jovens; de se sentir parte de uma humanidade em caminho; de cultivar a paixão pela vida das novas gerações; de conhecer e sentir como próprias as opções e experiências que o Instituto vai realizando nas várias partes do mundo.  Sentir que, de verdade, se é parte de uma grande Família.  Esta é uma interpelação para quem tem responsabilidades formativas e de animação das comunidades: ajudar as irmãs a dar asas e grandes horizontes ao cotidiano, respirando assim a plenos pulmões e dando confiança e esperança à vida e à missão de FMA e leigos. Sentir-se com tantos outros, um povo missionário em caminho, no qual o Senhor está presente e sempre precede!

O que significou a missão que lhe foi confiada de ser “Guarda da vida e da história do Instituto”?

Ir. Piera Cavaglià: Ser guarda da vida e da história do Instituto foi uma missão de graça e um empenho de responsabilidade. Antes de tudo é um dom poder conhecer de perto o caminho do Instituto no mundo, quase dia por dia, hora por hora.  É um percurso dinâmico, não isento de desafios, mas sempre aberto a novos chamados de Deus.  Ele nos interpela cada dia, em todas as realidades, a tornar mais luminoso e vivo o carisma.  Constata-se isto através da relação com as Inspetorias e através da documentação que se recebe ou se envia. Cada documento é um pedacinho de vida que faz parte de uma história e constrói história.
Mas ser guarda da vida do Instituto é uma responsabilidade de cada FMA, em nível local e inspetorial, por isto procurei cultivar o senso histórico e o cuidado da documentação também nas Secretarias Inspetoriais, para que, por sua vez, sejam mediações vivas para cada FMA e comunidade.  O sentido da história do Instituto ajuda a cultivar o sentido de pertença e torna as pessoas mais abertas e conscientes da responsabilidade de se abrirem ao futuro a ser construído na fidelidade criativa ao carisma.

Como tornar sempre mais visível o rosto multicultural do carisma?

Ir. Emília Musatti:  O Instituto é uma única Família com uma pluralidade de rostos, de culturas e de línguas. Uma riqueza que não divide, mas testemunha a unidade em torno do mesmo carisma, na vocação comum.
A multiculturalidade já é o rosto de muitas comunidades no Instituto, resultado de seu dinamismo missionário e da escolha explícita de constituir presenças multiculturais, como resposta educativa à forte migração humana que caracteriza o nosso tempo.
É um processo aberto que ajuda pessoas e comunidades a saírem dos próprios confins culturais e geográficos e a se sentirem cidadãs do mundo, tornando-se sinal de comunhão em uma realidade muitas vezes marcada por integralismos culturais e religiosos.
Testemunhamos assim que é possível fazer interagir fortes diferenças também,  quando há uma paixão comum: a vida dos jovens, a vontade de doar-lhes Jesus através da missão educativa.

Está próximo o Congresso Histórico Internacional do Bicentenário.  Quais motivos impulsionaram a organizar um evento que objetiva aprofundar, não a pessoa de Dom Bosco, diretamente, mas o que teve nele sua origem e que continua depois dele?

Ir. Piera Cavaglià:  Os motivos que impulsionaram Pe. Pascual Chávez Villanueva a organizar um Congresso Internacional de História Salesiana são vários:  antes de tudo é uma significativa homenagem a Dom Bosco, por ocasião do Bicentenário de seu nascimento, oferecido pelos Salesianos e FMA que, juntos, refletem sobre o carisma do Fundador. A preparação, de fato, através de uma Comissão organizadora e três grupos de pesquisa, foi um belo sinal de comunhão e de busca realizada em conjunto.
Além disso se quer aprofundar, não tanto a figura histórica de Dom Bosco, do qual já se dispõe de numerosas pesquisas, mas trazer à luz aspectos do desenvolvimento do carisma de Dom Bosco no mundo, desde sua morte até 1950.  A intenção é de documentar, com categorias históricas e, portanto, com solidez de documentação e de pesquisa, que Dom Bosco está vivo hoje e que o carisma se incultura no tempo e no espaço, em suas dimensões pedagógicas e espirituais, é um carisma que fermenta a cultura e constrói cultura, a partir da proposta educativa e da audácia missionária que o  caracteriza.  Por isto o Congresso começará com a apresentação do carisma salesiano no mundo, seja na Congregação Salesiana, como no Instituto das FMA e se distenderá com vários relatórios e comunicações, que nos ajudarão a aprofundar seu  desenvolvimento nos vários Continentes.

Fonte: Redação