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XXIII CG - Construir uma Casa Aberta e Solidária

em 14/10/2014 | 00h00min

XXIII CG - Construir uma Casa Aberta e Solidária

Nossa casa é uma construção aberta na qual o Espírito Santo orienta a uma profunda formação espiritual, intelectual, comunitária e apostólica”.
Nestes dias dedicados ao aprofundamento do tema capitular, solicitamos à Madre e a algumas Conselheiras gerais para compartilharem algumas reflexões e a experiência do Capítulo.

O que significa sentir-se comunidade eclesial em caminho neste nosso tempo?

Madre Yvonne Reungoat«A vida religiosa é caracterizada fortemente pela dimensão eclesial. Não é algo “ao lado”, mas “dentro” da Igreja e é expressão da vida eclesial. As raízes trinitárias da comunidade religiosa evidenciam a dimensão de comunhão na Igreja. O carisma, de fato, é um dom à Igreja: em diálogo com os outros carismas colaboramos com a sua construção. Dom Bosco e Madre Mazzarello consideravam o amor à Igreja e a fidelidade ao Magistério do Papa como característica importante da vida salesiana. Em comunhão com Papa Francisco sentimo-nos um Instituto em saída que vai ao encontro das jovens e dos jovens mais pobres. Com a nossa proposta educativa nos comprometemos a ser sinal visível do amor de Deus, a realizar gestos concretos de proximidade, amor, solidariedade, recordando as palavras de Dom Bosco: “Os jovens não sejam somente amados, mas sintam que são amados”. Como Comunidades educativas somos expressão da comunidade eclesial e universal, chamadas a ser profecia de fraternidade e a colocar-nos em rede CE e Família salesiana para ser testemunho de caridade na Igreja e na realidade».

Como a experiência formativa do Capítulo poderá mudar a nossa vida e a vida das comunidades depois do retorno para casa?

Ir. Maria Américo Rolim«O Capítulo é uma grande experiência de discernimento, de comunhão e de renovação. De discernimento porque é um tempo e um espaço privilegiado para escutar Deus que nos fala não só pessoalmente como FMA, mas como comunidade mundial. O que Deus espera das FMA e das comunidades educativas hoje? Qual resposta nova é chamada a dar ao mundo, à Igreja e em particular aos jovens? O Capítulo é, além disto, um grande laboratório de comunhão, porque é sinal de unidade e de harmonia na diversidade e, portanto, forma e renova a pessoa, abre-a ao confronto, à partilha de experiências, à avaliação da autenticidade da fidelidade, à construção conjunta das linhas de futuro do Instituto. É um precioso tempo de renovação no qual se recompreende a própria identidade carismática à luz dos desafios do hoje para renovar a qualidade de vida, das relações, da paixão do da mihi animas; para viver em saída missionáriarumo às periferias geográficas e existenciais onde se encontram os jovens mais pobres. A experiência formativa do CG XXIII não se concluirá no dia 15 de novembro. Retornaremos com novo entusiasmo às comunidades e assumindo a novidade da mensagem capitular seremos artífices de mudança e de nova fecundidade carismática»
 
Quais são as expectativas e os desafios dos jovens de hoje? Qual a dificuldade e o desafio no diálogo com os jovens?

Ir. Maria del Carmen Canales: «Dos muitos diálogos e encontros realizados em diferentes partes do mundo percebi em muitos jovens a expectativa de esperança, de paz para aqueles que vivem situações de guerra, violência, injustiça, de trabalho para expressar as próprias capacidades e riquezas, de simplicidade e sobriedade, de felicidade, de sentir presente o Deus da vida abundanteem suas vidas, de adultos verdadeiros que saibam colocar-se ao lado com humildade. Muitos os desafios colhidos: medo do presente e do futuro, medo de serem abandonados pelos pais, em alguns contextos de serem vendidos como mercadoria, de não poder ter acesso à cultura e ter que trabalhar desde muito pequenos, sem poder viver a infância e a adolescência, medo do limite, da incerteza, do desconhecido... A dificuldade para colocar-se à escuta dos jovens é porque não conseguirmos descentrar-nos de nós mesmos para poder realmente acolher os jovens e as jovens do jeito como são, de não saber mudar com eles. O desafio mais comprometedor é o de acompanhá-los delicadamente e com ternura, escutando de verdade os seus apelos, sem querer dar logo respostas, mas buscando-as juntos, com paciência, acreditando neles, segundo o estilo de Jesus ressuscitado no caminho para Emaús.

Qual a experiência da Família salesiana no Capítulo geral XXIII?

Ir. Maria Luisa Miranda: «Eu diria que é uma experiência de participação ativa ou melhor de interação contínua. Da preparação do CG nas diversas Inspetorias até o precioso momento vivido nestes dias com os representantes dos leigos e dos jovens de todo o mundo, a FS esteve presente e envolvida. Penso que cada dia mais descobrimos e observamos que o nosso carisma é uma graça compartilhada por muitas pessoas; que o dom que recebemos com a nossa vocação de FMA, o Espírito Santo continua a dá-lo a muitos outros jovens e adultos, que têm no coração a mesma paixão que ardia no coração de Dom Bosco e de Madre Mazzarello. Penso que nesta sinergia, as Capitulares experimentem a beleza e a importância de sentir-nos FS na pluralidade das vocações e na unidade de um único carisma, cuja finalidade é colaborar para que os jovens sejam felizes aqui e na eternidade. O futuro do carisma salesiano se entrevê cada vez mais como comunhão de pensamento, de intenções e de ações em rede como FS. Dom Bosco nos pensou e nos quis assim. O sentido de família que hoje os jovens procuram, nós podemos oferecer, de fato, se vivermos conscientemente e concretamente, em comunhão, o “Da mihi animas coetera tolle”».

Fonte: Redação