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XXIIICG - Início do Retiro em Mornese

em 11/09/2014 | 00h00min

XXIIICG - Início do Retiro em MorneseNa tarde de 10 de setembro, as Capitulares começaram o seu Retiro espiritual, em Mornese, que terminará  no dia 17 de setembro. Para elas será  um tempo de silêncio e escuta da Palavra, para entrar em diálogo profundo com o Espírito Santo, único protagonista de qualquer processo de discernimento. Na abertura do Retiro, as palavras  da Madre levaram  as Capitulares a entrar no clima com as melhores disposições. «Precisamos requalificar  a nossa fé, não com novas teorias e doutrinas, mas com uma vida densa de amor. Nestes dias vamos escutar, meditar, rezar, viver a fraternidade no  horizonte de quem  redescobre a beleza da própria fé e se sente animada a testemunhá-la em comunidade e entre as pessoas, da maneira e da forma com que o Senhor nos faz entender. O encontro com Ele na Palavra e na Eucaristia vai certamente gerar vida nova no amor.
O Retiro espiritual é o tempo da entrega confiante a Deus, livre de ansiedade e agitação. Dom Bosco considerava-o como um período de particular renovação interior de grande importância no caminho da santidade (cf Const. 46).
As nossas Constituições convidam-nos a vivê-lo em clima de silêncio e oração e com a efetiva separação das atividades cotidianas. Queremos deixar-nos envolver pelo Espírito Santo, sem qualquer distração e sem colocar obstáculos. É Ele quem vai criar em nós aquele clima de silêncio que abre o coração à disponibilidade,  enche-o de amor e de esperança e o predispõe a se deixar alcançar pela Palavra».
De 10 a 16 de setembro, a Conferência Interinspetorial das Nações Bolivarianas (CINAB) é responsável pela animação da liturgia. Durante a Celebração Eucarística desta tarde, a procissão de entrada foi precedida pelo som do “pututo”, um instrumento típico andino que foi tocado por uma das Irmãs do Peru. As cores dos cinco continentes salientaram como o Espírito Santo invocado na abertura dos Exercícios Espirituais pode gerar um novo Pentecostes que levará a mensagem do evangelho aos 5 continentes.
A Celebração Eucarística foi presidida por Dom Thomas Menamparampil, arcebispo emérito salesiano de Guwahati, Índia, a quem foi confiada a animação deste Retiro espiritual.
Na sua homilia, Mons. Thomas sublinhou a importância da invocação ao Espírito Santo «A nossa fé nos ajudará a vislumbrar como o Espírito Santo sempre foi ativo na história da humanidade, como Ele se serve de frágeis mortais para realizar coisas ‘impossíveis’, sobretudo para reconhecer que  Ele indica Jesus àqueles que ainda não o conhecem».   
Recordando os tempos atuais, em que o mundo passa por fases de incerteza e precariedade, o prelado sublinhou como é necessário pedir a força do Espírito Santo que  «se serve de homens frágeis, tornando-os anunciadores do Evangelho, discípulos de talento excepcional, missionários dinâmicos, capazes de realizar maravilhas em favor do povo de Deus».
«Professar a nossa fé no Espírito Santo – continuou Mons. Thomas – significa declarar-nos prontos a reconhecer como Ele age na criação, na história humana, na sociedade, na Igreja, na Congregação, nas pessoas, nas ideias, nos movimentos sociais, nos movimentos eclesiais… e também nas opiniões e movimentos que parecem divergir dos nossos ou mesmo estar em oposição».
Olhando para os novos desafios do mundo de hoje, Mons. Thomas afirmou que «temos necessidade do Espírito Santo para responder às ‘novas perguntas’  postas pelas filosofias modernas e pós-modernas; pelos valores contrários ou opostos apresentados nas artes, na literatura, nas mídias sociais e nos espetáculos; por interpretações destorcidas da história humana e propostas irresponsáveis na área das ciências biológicas. Não é suficiente denunciar as respostas erradas. Precisamos estar abertos aos anseios humanos e apoiar os legítimos interesses e ambições humanas. Precisamos dialogar com solidez de argumentações e intuições, aprendendo e procurando juntos, ancorados no núcleo das nossas crenças, mas também aprendendo seriamente com as novas descobertas. Devemos estar atentos à genialidade de cada cultura e sociedade, tirar proveito das suas tradições válidas, e construir sobre os tesouros de sabedoria que elas mantêm em alta estima (AG 18). Durante o Capítulo precisaríamos ficar atentas umas às outras, a cada prospectiva e ponto de vista, a cada intuição perspicaz, a cada proposta e aos seus desafios; de um lado a voz da criatividade e da audácia, do outro a prudência e a experiência. Vozes diversas que cantam em harmonia, para estimular a Congregação inteira. E por que vós não poderíeis ter uma ambição secreta? Uma Congregação Religiosa renovada sempre estimula toda a Igreja ».
Antes de  concluir a sua homilia, Mons. Thomas fez um convite a todas as fma: «Ide ao profundo de cada coisa ou situação -  Duc in Altum». « As nossas redes apostólicas – diz – estiveram por muito tempo em nível superficial, por exemplo, apontando para o redimensionamento das estruturas e redistribuição das competências. “O Espírito procura e investiga cada coisa, também as profundezas escondidas dos desígnios de Deus” (1 Cor 2,10). O convite, portanto, é tender àquelas profundezas. Pessoas profundamente crentes e apostolicamente inspiradas que amam e buscam juntas um caminho interior, uma partilha em nível mais profundo. Nisto consiste o Capítulo».  

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Fonte: Redação