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Palavra da Inspetora

em 10/06/2020 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Inspetoria Nossa Senhora da Penha RJ/ES - Circular 06.2020

“Nós conhecemos e acreditamos no amor de Deus por nós. 

Deus é amor,  e quem permanece no amor, 

vive em Deus e Deus nele.” (1 Jo. 4, 16)

Queridas Irmãs,

Junho: mês do coração de Jesus. 

O Sagrado Coração de Jesus é mais que uma devoção, é uma espiritualidade. É a espiritualidade da ternura, do coração, é a mística do afeto. É reconhecer que Deus é mais que Pai, Ele é Pai e Mãe, e tem um ‘colo’, um amor de predileção por nós!  

O coração de Jesus é o coração manso e humilde de Deus, colocado dentro do nosso peito. O Senhor não é só uma inteligência suprema, Ele é coração, e o coração de Jesus é a manifestação visível do amor do Pai.

Na bíblia, o coração tem um significado muito profundo, devido à sua posição anatômica, escondido no interior do peito, o coração designa aquilo que está em profundidade, aquilo que está escondido, impenetrável, o centro, o núcleo mais íntimo e mais autêntico da pessoa, a fonte de onde brota todo o dinamismo espiritual, o ‘eu’ mais profundo e mais verdadeiro, o lugar mais íntimo no qual nos encontramos com Deus. Portanto, falar de coração é falar de intimidade, de profundidade, de proximidade e ainda, de amizade sincera onde não há segredo e a confiança é a certeza de ser ouvido, acolhido e amado no mais profundo do ser. 

Era assim a relação de Madre Mazzarello com o coração de Jesus: não havia segredo e no coração de Jesus se encontrava com todas as Irmãs. O coração era o lugar do encontro, da confiança e da certeza de ser amada e amar, mesmo que as distâncias físicas fossem enormes. 

Muitas vezes Madre Mazzarello exortava suas filhas, e exorta também a nós hoje, a terem um coração grande e generoso: “Não tenham o coração mesquinho, mas um coração generoso, grande e sem tantos temores” (Cf. Carta 24).

A grandeza do coração significa abertura, deixar-se invadir pelo amor sem medidas e dar a Deus o primado, tendo-o como a base, o terreno fértil para um crescimento na santidade e na sabedoria.

Na intimidade com o coração de Jesus aprendemos que o nosso Deus é um Deus de coração grande, e deve ser acolhido com o coração grande. Somente um coração grande e aberto sabe reconhecer, como Maria: “O Onipotente fez em mim grandes coisas”. Santo Tomás de Aquino afirma que todo ser conhece a Deus, de acordo com a medida da grandeza do seu coração. 

Como filhas de Madre Mazzarello continuamos a ouvir dela: é preciso ter um coração sempre ardente. “Manter vivo o fogo que Deus acendeu em nosso coração” (cf. Cartas 15,24,41). Encontramos nestas palavras o aspecto dinâmico do coração. O coração grande e generoso deve ser sempre ardente, sempre em atividade, em movimento, como a chama que, se é alimentada, sobe sempre mais alto, emanando luz e calor e contagiando, transformando em fogo ardente tudo aquilo que encontra.

Na vida há momentos em que precisamos repousar no coração do Senhor, seguir o conselho de Jesus que nos diz: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos aliviarei”. Repousar no coração de Deus é a expressão máxima de confiança filial.

Concluo com um provérbio oriental que diz: “Quanto mais um coração está vazio, mais pesado é”. Quanto mais um coração é pequeno, vazio de maior, mais pesado fica, e mais dificuldade tem de se lançar para o alto. 

Jesus é o Coração misericordioso do Pai. Que Ele eduque e transforme o nosso coração para o Amor.

Meu abraço fraterno, Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação