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Palavra da Inspetora

em 07/06/2018 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Inspetoria Nossa Senhora da Penha - Circular 06/2018 


“Que o Cristo habite pela fé em vossos corações, 

arraigados e fundados na caridade, a fim de que possais compreender, 

qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer, enfim, 

a caridade de Cristo que supera todo conhecimento, para que sejais 

repletos de toda a plenitude de Deus.” - Ef 3, 17 ss


Queridas Irmãs,

O mês de Junho, mês dedicado ao Coração de Jesus, também nos aproxima de Madre Mazzarello, pois além de sua íntima relação com o Coração de Jesus, devoção tão cara a toda a Igreja, recordamos também, que no dia 24 de junho de 1951, a Igreja declarou oficialmente a santidade de Maria Domingas Mazzarello, como tão bem nos recorda a Madre na Circular de nº 919: “É um dos eventos mais gloriosos da nossa história! Oferece-nos a oportunidade, não somente de celebrar um evento de Instituto, mas de retornar a Madre Mazzarello para encontrá-la com confiança, como filhas que desejam conhecer em profundidade a própria Madre e assemelhar-se sempre mais a ela. A sua espiritualidade é tão simples que corremos o risco, às vezes, de deixar escapar a riqueza da sua interioridade, a profunda paixão pela salvação dos jovens, o ardente espírito missionário aberto a horizontes ilimitados». 

A devoção ao Coração de Jesus é uma das expressões religiosas mais difundidas e amadas da piedade popular. Ela se fundamenta na Sagrada Escritura, onde Jesus se apresenta como o mestre ”manso e humilde de coração” (Mt 11,29), que oferece abrigo para as pessoas cansadas, sofridas e aquelas desejosas de encontrá-lo.

Em sentido bíblico, o coração tem um significado ainda mais profundo. Devido à sua posição anatômica, escondido no interior do peito, o coração designa aquilo que está em profundidade, escondido, impenetrável, o centro, o núcleo mais íntimo e mais autêntico da pessoa, a fonte de onde brota todo o dinamismo espiritual, o ‘eu’ mais profundo e mais verdadeiro, o lugar mais íntimo no qual a pessoa se encontra com Deus, consigo mesma e com os outros. Por isso, na Bíblia se fala de: pensamento do coração, decisão do coração, conversão do coração, de um coração que compreende, de um coração íntegro, um coração sábio, um coração firme, um coração irrepreensível, um coração novo, de amar a Deus de todo o coração. É nesse sentido que Jesus afirma: “A boca fala da abundância do coração” (Mt 12,34). “Onde está o teu tesouro, ali está o teu coração” (Mt 6,21). O coração é, sobretudo, o sinal da interioridade, por isso se diz que um coração inteligente busca a ciência (Pr 15,14), e o coração do sábio torna inteligente a sua boca (Pr 16,23). O salmista pede a Deus que lhe ensine a contar os dias para alcançar a sabedoria do coração. O coração na Bíblia é a sede da pessoa, o seu centro vital e pessoal, de onde brotam os pensamentos, os sentimentos e as decisões. E diz mais ainda: “O coração do homem decide os seus caminhos” (Pr 16,9).

Também Madre Mazzarello fala muitas vezes do coração, e sempre em sentido profundo, semelhante ao da Bíblia. A santidade deve estar arraigada no coração (C62), isto é, autêntica, verdadeira, profunda, íntegra. As virtudes devem ser mais interiores do que exteriores (cf C07), a boa vontade deve ser “verdadeira e resoluta” (C28). É preciso rezar “de todo o coração” (C51), “amar ao Senhor com todo o coração” (C23). Na comunidade, “estar unidas pelo coração” (C29), ter o coração apegado unicamente ao Senhor (cf C35), “não dividir o coração com ninguém, mas que ele seja todo inteiro para Jesus” (C65). A grandeza de coração propicia a base, o terreno fértil para um crescimento na santidade e na sabedoria, em estilo salesiano. 

O coração de Deus comove-se! É o mistério do coração do nosso Deus, o mistério de um coração que se comove e derrama todo o seu amor sobre a humanidade. Um amor misterioso, que é revelado como paixão incomensurável pela humanidade. Ele não se rende perante a ingratidão, e nem sequer diante da rejeição do povo que Ele escolheu para si, pelo contrário, com misericórdia infinita, envia ao mundo o seu Filho. Tudo por causa de um grande amor! Amor este, que nos convida a sair de nós mesmas, a abandonar as nossas seguranças humanas para confiar n’Ele e, seguindo o seu exemplo, fazer de nós mesmas um dom de amor sem reservas.  

Nosso Deus é um Deus de coração grande, e deve ser acolhido com um coração grande. Somente um coração grande e aberto sabe reconhecer, como Maria: “O Onipotente fez em mim grandes coisas”, e deixar-se inundar pela infinita grandeza de Deus. 

Dê-nos Senhor um coração grande e generoso, um coração ardente e humilde.  Está aí o aspecto dinâmico do coração. O coração grande e generoso deve ser ardente, sempre em atividade como a chama que, se é alimentada, sobe sempre mais alto, emanando luz e calor e contagiando, transformando em fogo ardente tudo aquilo que encontra.

Um rico mês de Junho para todas! 

Abraço-as com carinho. Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação