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FMA da Inspetoria do Sul Completa 100 anos!

em 24/11/2014 | 00h00min

FMA da Inspetoria do Sul Completa 100 anos!No dia 23 de novembro a Inspetoria Nossa Senhora Aparecida esteve em festa comemorando os 100 anos de idade de Irmã Paulina Castilho. A data foi celebrada com a participação de Irmãs, familiares e comunidade da cidade de Rio Pardo – Rio Grande do Sul, aonde Ir. Paulina vive há 27 anos.
A comunidade preparou uma missa festiva na Igreja Matriz, momento de especial Ação de Graças por toda uma vida de doação, alegria e simplicidade. Em seguida, os convidados puderam participar de um almoço preparado pelo grupo de Cursilhistas da Paróquia.
Os momentos foram vividos com muita alegria em clima de gratidão a Deus por tão belo dom.
A seguir a entrevista realizada por uma ex-aluna e por Irmã Lina Mondini com Irmã Paulina, em que conta fatos importantes de sua história:
Ir. Paulina, conte-me um pouco de sua história:
Nasci em Campo Belo, município de Lages – SC, no dia 23 de novembro de 1914.
Meus pais Francisco e Josefina Castilho sempre me trataram bem e foram exemplo de fé, de oração e trabalho. A mãe era costureira e o pai Delegado de Polícia.
Quando criança, além do leite materno, tomei leite de cabra e não adquiri as doenças de criança como sarampo, tosse comprida e gripes... Sempre tive boa saúde.
Também gostava de comer bastante ovos. Então, os pais colocaram um cesto no meio da sala e me disseram que se não parasse de comer ovos, eu ia começar botar ovos como as galinhas. Embrabeci e joguei o cesto fora.

Quando ingressou na Vida Religiosa?
Aos 25 anos ingressei na Congregação Salesiana pelo Colégio de Rio do Sul - SC. Aos 28 anos fiz minha profissão religiosa e, como Irmã, trabalhei em diversas cidades de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sempre fui muito alegre e gostava de contar piadas. Cozinhava, costurava, pintava, fazia muitas flores de tecido. Não existiam flores plásticas e eu engomava o tecido, depois cortava as pétalas, pintava, frisava com ferro quente e depois armava a flor. Dava aulas de artesanato, restaurava imagens, engomava roupas. Trabalhei também nas casas dos Salesianos.
Como religiosa sempre fui muito feliz. Meu dia era acordar, tomar banho, rezar, fazer as refeições, estar com as crianças,... 27 anos na Casa da Criança deu para acompanhar muitas delas. Algumas acompanhei desde nenês, dando-lhes mamadeira. O banho era dado por outras Irmãs. Sempre gostei de estar ocupada.

A Senhora tem alguma devoção especial?
Minha grande devoção é o Coração de Jesus, Jesus na Eucaristia e o Rosário. Jesus me atende sempre. Quando estou desocupada, vou passando as contas do terço e rezo: “Jesus, Maria, José”.

Sabemos que a Senhora faz de tudo para participar sempre da Missa na Matriz. Isto é bom?
Sim, porque me sinto acolhida por todas as pessoas que estão na Igreja e rezo também pelos que não estão presentes e pelos preguiçosos que não vão à Igreja falar com Jesus. Rezo para que haja justiça, caridade e paz no mundo. É na Comunhão que Jesus sempre me dá um sinal. Faço a Comunhão todos os dias. Na Igreja gosto do sermão do Padre, mais do que na Missa da TV. O fato de ir até à Igreja é uma oportunidade de sair de casa. Agora não gosto mais de ir a outros lugares, só gosto de ir até a Igreja, que fica em frente à Casa da Criança.

Sempre que a Senhora passa perto da capela diz: “Vou fazer uma visitinha a Jesus” Isto é importante?
Eu visito muitas vezes Jesus na capelinha e rezo pelos meus familiares, para que Deus proteja todos eles, na cidade onde moram. Rezo por todas as Irmãs, pelas crianças, jovens e pelos educadores da Casa da Criança. Quando acordo, viro para o lado da capela e digo para Jesus que é uma visita e converso com Ele e Ele conversa comigo e me diz: “Ó minha querida, que bom que você veio me visitar”. Um dia eu lhe disse que machuquei o joelho e me doía e Ele me respondeu que é bom sofrer um pouco.

Ao completar 100 anos, a Senhora acha que viveu bastante? Como se sente entre as crianças?
Não acho que vivi bastante porque a vida passa muito depressa. Como minha vida foi toda para Deus e ocupada com o bem dos outros, vivi sempre feliz, fazendo o bem. Não percebi a vida passar, ela continua cada dia e eu me sinto bem. Vivo e faço o que posso com minha máquina de costura e sobras de linhas e lãs. Faço tapetes e as Irmãs me ajudam quando não consigo enfiar a linha na agulha. Durmo bastante e quando sinto fome, como uma fruta ou um doce, ou tomo um cafezinho com pão ou bolachas. Rezo e recebo Jesus todos os dias!
Quando posso estar entre as crianças, elas me beijam. Aí vem outra e limpa meu rosto para não beijar em cima do beijo da colega. Outras me beijam as mãos e me abraçam. Isto tudo é alegria para mim.

Que mensagem a Senhora deixa às pessoas presentes na sua festa de 100 anos?

Agradeço a todos os que estão celebrando comigo meus 100 anos. Agradeço principalmente aos meus familiares e às Irmãs. Rezo e peço pela saúde e felicidade de todos.
Digo a todos que a vida é muito bonita e agradeço a Deus por ela.

No dia 23 de novembro, ao celebrar os 100 anos de vida de nossa Irmã Paulina é para nós, Irmãs que fazem parte de sua comunidade, mas também para as Irmãs da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida e para os familiares, uma graça especial e a oportunidade de perceber a realização e a felicidade de uma vida toda doada a Deus e ao bem das crianças e jovens.

Fonte: Redação