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Palavra da Inspetora - Julho

em 10/07/2014 | 00h00min

Palavra da Inspetora - JulhoInspetoria Nossa Senhora da Penha, RJ/ES – Circ.07/2014

Queridas Irmãs,
“Então seus olhos se abriram e o reconheceram” (Lc 24,31)

Com a proximidade do Capitulo Geral e assumindo o compromisso de aprofundarmos, pessoal e comunitariamente, o Instrumento de Trabalho, trago uma pequena reflexão que nos coloca no cenário do texto bíblico e ilumina toda a reflexão capitular. Reflexão que deve também gerar nas nossas comunidades atitudes fraternas e humanas.

No relato bíblico de Lc 24, 13-35, temos o retrato das suas comunidades - vacilando na fé, descrentes, desanimadas, sem sentir a presença do Ressuscitado entre elas. Lucas procura reanimar o seu pessoal, mostrando que eles não estão abandonados - muito pelo contrário, estão caminhando junto com a presença do Senhor que venceu a morte.
A prisão, o processo, a crucificação e a morte do Mestre na cruz deixaram os discípulos num incrível estado de desorientação. Dois deles decidiram ir embora, deixando Jerusalém, onde tinham acontecido aqueles eventos dramáticos e chocantes.

Ambos se distanciavam da Cidade e o dia escurecia... também dentro deles.
A caminhada dos discípulos que haviam abandonado Jerusalém, cidade da esperança, dirigindo-se para Emaús, realiza-se ao anoitecer: estava escurecendo, o coração se apagando, os pensamentos tristes, os passos cansados, o horizonte obscuro. Conversavam, discutiam, mas não compreendiam o sentido dos fatos. Em seus rostos transparecia a obscuridade pela tristeza e decepção.

Tal experiência da presença do Senhor Ressuscitado exige a formação de uma comunidade fraterna e de missão. Os mesmos dois que de manhã fugiam de Jerusalém, lugar da morte, da perseguição, do fracasso, de tardezinha se põem no caminho de volta! O que mudou em Jerusalém durante o dia? Nada! Continua sendo o lugar de perigo, de morte, de perseguição. Mas, mudou a cabeça dos dois. Em lugar de uma fé pré-pascal, eles agora têm uma fé pós-pascal. Em lugar de desânimo, há entusiasmo e coragem, pois experimentaram a presença de Jesus Ressuscitado. A história que começou com a comunidade se desintegrando, termina com a comunidade se reintegrando, se unindo, na paz e na alegria, pois puderam confirmar: “Realmente o Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão” (v. 34).

E os dois de Emaús puderam partilhar do que tinham experimentado: “O que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão” (v. 36).
Assim, começa algo novo: das ruínas da derrota, do medo, da fuga, renasce uma cidade, uma comunidade nova. Os discípulos de Emaús deixam para trás o próprio passado e, junto com os Onze e os outros, que estavam em Jerusalém, começam uma vida nova.
Agora, seus corações se tornam disponíveis à escuta, os olhos prontos a reconhecer, os pés prontos a correr, as mãos aprendem a repartir o pão da vida.

Ele desaparece, mas não se sentem sozinhos; a noite não é mais obscura; a mesa não está mais vazia; suas palavras narram o que viram; cada companheiro de estrada traz no rosto os sinais do Ressuscitado.
Também nós na vivência comunitária, nas experiências cotidianas junto aos nossos jovens e crianças, no trabalho partilhado com os leigos que partilham o carisma conosco, temos muitas alegrias para anunciar: Cristo está presente entre nós e nós somos testemunhas desta verdade!

Foi exatamente isto que experimentamos nos dias de Assembleia Formativa. É preciso agradecer e repetir muitas e muitas vezes: “Permanece conosco Senhor!” Para que nossas palavras, gestos sejam o reflexo de uma comunidade inspetorial que caminha alimentada na prática do Ressuscitado.

Continuemos rezando por todas as nossas famílias.

Com a mesma alegria dos discípulos que experimentaram o que tinha acontecido no caminho de Emaús, continuemos nossa caminhada rumo ao XXIIICG.

Meu abraço fraterno e um grande OBRIGADA pela participação e presença / colaboração na Assembleia Formativa.

Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação