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Palavra da Inspetora

em 15/07/2018 | 00h00min

Palavra da Inspetora

Inspetoria Nossa Senhora da Penha - Circular 07/2018


“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. (1Cor 13,1)  


Queridas Irmãs, Viver como Jesus viveu. 

Eis o mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O mandato de Jesus é claro e objetivo: o que define é o Amor. E só é capaz de amar quem faz a experiência de ser amado, quem vivencia no cotidiano a profundidade do amor gratuito, que é generoso e simples, que dá tudo sem reservas. Amor que se expressa em fraternidade. Que tudo faz porque não reserva nada. É grande, sincero e simples. Ama simplesmente. 

Ah! Como seria bom que no interno das nossas comunidades o mandamento fosse: Amai-vos como Jesus amou. Porém, sabemos que: “Não existem relações perfeitas. Não existem almas gêmeas que tenham os mesmos gostos, pensamentos e opiniões iguais o tempo todo, a não ser no cinema. Decepções fazem parte do cardápio das melhores relações. Nesse cardápio, precisamos do tempero do silêncio para preparar o molho da tolerância. Para conviver com máquinas, não precisamos de silêncio nem da tolerância, mas com seres humanos elas são fundamentais” (Augusto Cury).

Mas, não podemos esquecer que o amor constitui a essência do seguimento de Jesus. Pode-se afirmar que, o futuro da vida consagrada, está na qualidade das relações e da vida fraterna em comunidade.  O ser humano é chamado a se transcender na liberdade do amor. 

Nos Atos dos Apóstolos encontramos o exemplo de comunidade perfeita. Lucas apresenta a comunidade de Jerusalém como ideal, comunidade de horizonte utópico que movia as primeiras comunidades cristãs. Mas, toda utopia carrega dentro de si uma força revolucionária que é capaz de transformar a realidade. Em primeiro lugar a utopia leva a perseverar na escuta da Palavra. E a escuta é a base de tudo. Está na origem de toda vocação, de todo chamado divino.  

As pessoas que formam uma comunidade não estão juntas por acaso, mas porque um dia escutaram o chamado divino e se dispuseram a responder com generosidade. A preocupação de responder à proposta de Deus deve preceder, de certo modo, qualquer outra decisão, vindo primeiro e dando um sentido a todas as demais escolhas do dia, nas quais essa resposta, de uma forma ou de outra, se encarna. A vocação, pensamento iluminado que o Pai tem sobre toda pessoa, surge antes do que o sol, e a pessoa de fé obediente começa a procurá-la desde a manhã, para aderir a ela com todo o seu ser. 

Outro aspecto relevante da Comunidade de Jerusalém é a koinonia - a comunhão fraterna. A koinonia é uma realidade dinâmica que implica além da comunhão o compromisso do bem viver. A comunhão fraterna, para ser verdadeira precisa concretizar-se na partilha: pão, bens e oração. O dinamismo do poder divino age através do testemunho de uma comunidade que escuta a Palavra, vive em comunhão fraterna e realiza a partilha. 

Sabemos que a beleza de estar e de crescer juntas provoca nas pessoas uma enorme atração. Na comunidade utópica de Jerusalém há o senso de pertença, o respeito pela alteridade e diversidade, a gratuidade, a partilha e a responsabilidade em relação aos outros. A beleza da comunidade dos Atos está no fato de que ela vivia com muita sobriedade e na gratuidade, agradecendo sempre a Deus por todas as coisas (At 2,45-47a). Por esta razão era uma comunidade marcada pela fecundidade vocacional. 

Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, sabendo que um dos seus alunos era cristão, disse-lhe: "Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo".

Contemplemos Maria na sua capacidade de amar seu Filho Jesus e a humanidade. Ela nos ensine a amar como Jesus amou e ser para os outros, expressão do amor de Deus. 


Com carinho o meu abraço fraterno, Ir. Ana Teresa

Fonte: Redação