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Paulo VI - Por uma "Civilização do Amor"

em 19/10/2014 | 00h00min

Paulo VI - Por uma "Civilização do Amor"

Na manhã deste domingo, dia 19, um bom grupo de Capitulares foi até a Praça São Pedro para participar da Celebração Eucarística presidida pelo Papa Francisco, que proclamou Bem-aventurado o seu predecessor Paulo VI, na conclusão do Sínodo dos Bispos sobre a família.

Paulo VI foi um grande promotor da família e da vida. Ao longo do seu pontificado sentiu com grande senso de responsabilidade a urgência de acompanhar com um olhar evangélico as transformações sociais e culturais da família. Na Encíclica Humanae vitae (25 de julho de 1968) afirma: «A pastoral da família se apresenta hoje como a mais tempestiva, a mais exigente e também a mais fecunda de resultados benéficos e duradouros». O milagre atribuído à sua intercessão e aprovado no último 7 de maio está em perfeita sintonia com o seu Magistério: «É sinal de que Deus protege a vida desde o seio materno, a partir do momento em que ela tem início. Para Deus a vida humana tem um valor inegociável», explicou Antonio Marrazzo, Postulador da causa de beatificação.

Paulo VI sempre cultivou um amor terno e envolvente para com Cristo, a Igreja e a pessoa humana. É esta a característica que mais distingue a sua estatura espiritual, o que mais o identificou na sua tensão contínua e total na direção do outro, da luz, de Deus. Este homem aparentemente frágil no corpo e reservado no caráter, humilde mas grande no heroísmo das virtudes cristãs, atravessou o Novecentos da Igreja e do mundo comprometido com a eterna tarefa de tornar possível o que, em 1975, definiu como a “civilização do amor”.

Durante a cerimônia de Beatificação, Papa Francisco - na homilia - destacou a extraordinária humildade de Paulo VI: «Não é a nossa mão, frágil e inexperiente, que dirige o leme da barca de Pedro, mas sim aquela invisível, entretanto forte e amorosa do Senhor Jesus. Talvez o Senhor me chamou a este serviço não porque eu tenha algum mérito, ou porque eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades, mas porque sofra algo pela Igreja, e seja evidente que Ele, e não outros, a conduz e a salva».

Uma grande ligação espiritual existiu entre Dom Bosco e Papa Montini. Paulo VI definiu o grande educador piemontês como um «autêntico protagonista da história da Itália e da Igreja». Logo em seguida ao pós-guerra, o então Monsenhor Montini, que se tornou Secretário de Estado, começou a colaborar com os Salesianos e com as Filhas de Maria Auxiliadora que prestavam socorro e assistência aos “engraxates”, o exército de órfãos e meninos abandonados que moravam nos vilarejos. Nasce assim a ideia de iniciar em Roma, perto do Forte Prenestino, a «Cidade dos meninos Dom Bosco».

Foi o próprio Paulo VI, no dia 29 de outubro de 1966, por ocasião da visita pastoral ao bairro Nuovo Salario em Roma, que abençoou a primeira pedra do Instituto Pedagógico, que depois se tornou a Casa geral da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora.

Na audiência extraordinária de 15 de julho de 1972, concedida às FMA por ocasião do Centenário de Fundação do Instituto, afirmava: «Em vocês, vemos a continuidade ininterrupta e o esplêndido florescimento de um ideal de caridade e de zelo, que desabrochou no distante 5 de agosto de 1872 por obra de São João Bosco e de Santa Maria Mazzarello, quando as primeiras Filhas de Maria Auxiliadora em Mornese ofereciam ao Senhor a sua juventude e iniciavam o seu caminho apostólico pelas estradas do mundo. […] Saberá a Congregação responder ao apelo da Igreja no difícil momento que se apresenta? Com quais meios fará com que a antiga vitalidade do tronco robusto, plantado pelos Fundadores, continue a florescer em toda a sua plenitude? Para estas questões, minhas filhas, não existe uma resposta, a qual, como mostra a extraordinária fecundidade do passado, do mesmo modo garante infalivelmente ao Instituto a sua vitalidade futura: a santidade.

Como gostaríamos que fosse conservado entre vocês em todo o seu frescor inicial o caráter mariano, que em todos os lugares constitui a nota inconfundível da espiritualidade das Filhas de Maria Auxiliadora. Vocês têm o privilégio de pertencer a uma família religiosa que é toda de Maria e tudo deve a Maria. Não é o Instituto de vocês o monumento vivo que Dom Bosco quis erguer a Nossa Senhora, como sinal de eterna gratidão pelos benefícios dela recebidos?».

A beatificação deste grande Papa é motivo de alegria e de esperança para todo o Instituto, que nele reconhece um grande intercessor na missão à qual é chamado neste tempo de extraordinária renovação.

Fonte: Redação